Dr. Eduardo Pinho Tavares

DESCONTROLE-SE E SEJA MAIS FELIZ

                        Desnecessário é querermos questionar a influência enorme que tem na nossa vida e no nosso dia – a – dia, a cultura, a religião e as várias normas e regras a que somos submetidos e até obrigados.

                        Os limites são importantes . Sem eles não crescemos e não conseguimos viver em sociedade. Se alguém me faz muita raiva, eu não posso lhe dar um tiro na cara. Se está fazendo muito calor eu não posso tirar a roupa e sair na rua. Não  basta apenas o meu querer. A  toda hora estamos submetidos aos limites da vida. Se eu quero beber muito não posso , porque me tornaria um doente, um inconveniente. Se eu quero comer muito não posso, pois assim me tornaria um obeso com todas as desvantagens médicas, estéticas e sociais.

                        Então colocar limites é importante. Educar  é colocar limites. É dizer não na hora certa. Colocar limites  é ensinar a viver, mas sem colocar culpa. Colocar limites é seguir, então, certas normas que foram criadas por outras pessoas. Os nossos pais nos ensinam o que devemos e o que não devemos fazer. Nossos professores, os religiosos, nossos consultores, também nos ensinam o certo e o errado.

                        Muito bem, o limite é muito importante. Todos  nós sabemos o desconforto que é lidar com uma criança sem limites. O alcoolismo é falta de limites. A obesidade é falta de limites.

                        Mas só que na maioria das pessoas foi imposto um limite  exagerado, levando a um controle severo da pessoa  frente aos sentimentos e as emoções da vida.

                        Então o controlado é o oposto do sem limite. É aquele  que não lhe foi permitido manifestar.

                        Se morre uma pessoa  querida ele não chora, porque afinal ele é controlado, ele tem que aguentar firme. É forte. Se alguém lhe faz raiva ele não se defende, porque não pode ofender ao outro. Se bateram  em seu carro ele não reclama. Se o tapete  lhe fez escorregar e cair ele não xinga. E dessa forma vai acumulando sentimentos negativos e chega um momento em que ele explode. É a gota d’água. Por  uma coisa à toa, por um problema simples, a pessoa explode, briga, bate, quebra tudo. Quer dizer são sentimentos negativos, são momentos de raiva que vão acumulando, que vão sendo reprimidos e em determinado momento a pessoa transborda  e vai manifestar com uma reação exageradamente  desproporcional à causa que desencadeou. 

                        Se em um velório a pessoa chora demais, com certeza ela está  chorando a morte daquela pessoa e também outras mortes que ela não chorou no passado. Se em uma batida de carro a pessoa briga demais, é sinal que em outras ocasiões ela não falou o que devia , não argumentou com inteligência. Então o explosivo é aquele que não expressa suas emoções. É aquele que reprime muito  os seus sentimentos.

                        O perfeccionista  geralmente é um “controlado”. Se controla demais porque quer tudo muito certo. Não pode falar quando precisa, não pode decepcionar, não pode descontrolar.

                        Há pouco tempo um jornal publicou a história de um senhor com 72 anos de idade  e que teve uma discussão com alguém e matou o outro. E o espanto dele e dos amigos ,é que ele sempre foi uma excelente pessoa, muito controlado, nunca foi de ofender  as pessoas… .Então é exatamente por ter sido sempre controlado que em um determinado momento ele perdeu o controle. Ninguém  aguenta. O controlado é uma panela de pressão, vai acumulando coisas e comprimindo ali dentro. É uma bomba que vai explodir a qualquer momento: ou na sua úlcera, ou no seu  aneurisma, ou  na sua enxaqueca, ou em uma simples discussão com o outro.

                        E até nos nossos relacionamentos com amigos e relacionamentos afetivos é difícil conviver com quem é muito controlado. O  “bonzinho” é um controlado. Nunca você sabe como agradá-lo. Ele não fala, ele não revela as suas vontades, o que lhe desagrada. Para ele está sempre tudo  bom. Se vai sair com a namorada, ele sempre diz: “é você que escolhe onde vamos. Para mim  qualquer lugar está bom.” E as vezes vai, não gosta e emburra. Não põe para fora. Se você que agradá-lo , é impossível porque nunca se sabe onde ele quer ir, o que ele mais gosta. É o bonzinho , o legal. Lá na frente ele vai explodir.

                        Então o controlado, o bonzinho, é um desequilibrado. Para ser equilibrada a pessoa deve  abrir mão do seu  controle.

                        Existe muita diferença entre o  controlado e o equilibrado. Entre o controle e o equilíbrio.

                        O equilibrado é aquele que  sabe dizer um não na hora certa. É aquele que quando alguma coisa o desagrada, ele fala, ele se defende, ele argumenta. Se a esposa fala alguma coisa que ele não goste, ele diz : “fulana, veja o que você falou. Repita de novo e nesse mesmo tom isso que você falou.  Veja se é assim que se fala com a pessoa que você mais ama.” E com uma pitada de humor ele fala o que deveria e deixa a outra pessoa sem graça. Se algum amigo lhe  ofende, ele assenta, conversa, dialoga, fala da sua insatisfação e continua o seu dia – a- dia feliz.

                        E é bom deixar claro que para se defender, para  “não  engolir sapos”, também não é preciso “soltar os cachorros”.

                        É possível falar das suas insatisfações, é possível se defender, sem Ter de desrespeitar o outro, sem ter de esbravejar, sem ter  de tomar atitudes severas.

                        O  equilibrado vai resolvendo os seus problemas e insatisfações à medida  que elas vão surgindo. Ele não acumula e portanto não explode. E para se conseguir isso é necessário um  aprendizado, um treinamento, uma vigilância dia- a – dia  em seu comportamento. É necessário criar uma disciplina no seu comportamento e na sua maneira de responder as emoções e as agressões.


Eduardo Pinho Tavares

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